A história de Abraão é uma das narrativas mais importantes e influentes no contexto das três principais religiões abraâmicas: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. Abraão é considerado um patriarca e figura central nessas tradições religiosas.
Abraão era filho de Terá, e descendente de Sem, filho de Noé. Seu pai Terá resolveu deixar sua terra natal, de Ur dos Caldeus e seguir para a terra de Canaã. Mas chegando em Harã, estabeleceu-se por ali ele e sua família.

O chamado de Abraão
“Então o Senhor disse a Abrão: ‘Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei. Farei de você um grande povo, e o abençoarei. Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção. Abençoarei os que o abençoarem e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem; e por meio de você todos os povos da terra serão abençoados.'” — Gênesis 12:1-3
Nesse chamado, Deus instrui Abraão a deixar sua terra natal e a se aventurar em uma jornada de fé em direção a uma nova terra que Deus lhe mostraria.
Deus também faz uma série de promessas a Abraão, incluindo torná-lo um grande povo, abençoar seu nome e abençoar todos os povos da terra através dele.
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Esse chamado de Deus para Abraão marca o início de sua jornada de fé e estabelece a base para a história do povo de Israel, que descendia de Abraão.
Abraão respondeu a esse chamado, deixou sua terra e seguiu em obediência, demonstrando sua confiança e fé em Deus.
A Aliança de Abraão com Abimeleque
Abraão faz uma aliança com Abimeleque, rei dos filisteus, por causa de um incidente que ocorreu entre eles. Esse episódio é relatado no livro de Gênesis, capítulo 20.
Abraão e Sara, sua esposa, viajam para a região de Gerar, habitada pelos filisteus. Temendo pela sua segurança devido à beleza de Sara, Abraão mentiu dizendo que ela era sua irmã, em vez de sua esposa. Abimeleque, o rei de Gerar, tomou Sara para ser sua esposa.
No entanto, antes que Abimeleque pudesse consumar o casamento, Deus interveio e apareceu a ele em um sonho, avisando-o que Sara era na verdade a esposa de Abraão e que ele estava cometendo um grande erro. Abimeleque, que não tinha tido relações com Sara, devolveu-a a Abraão e repreendeu-o por tê-lo colocado em uma situação difícil.
Abraão explicou a Abimeleque que ele temia pela sua vida, pois acreditava que não havia temor a Deus naquela região, e temia que alguém o matasse por causa de Sara. Após essa explicação, Abimeleque concordou em restaurar Sara a Abraão e ofereceu-lhe presentes como forma de reconciliação.
Em seguida, Abraão e Abimeleque fizeram uma aliança, um acordo de paz entre eles e suas respectivas nações. Abraão deu a Abimeleque algumas ovelhas e bois como um sinal de confirmação da aliança, e eles estabeleceram limites territoriais para suas respectivas áreas de influência.
Essa aliança foi uma forma de resolver o conflito que surgiu devido ao engano de Abraão e de estabelecer uma relação pacífica entre os dois. A aliança também serviu como um testemunho público de que Abimeleque era inocente em relação ao incidente e de que Abraão reconhecia seu erro.
Abraão e Sara
A Bíblia não detalha especificamente o casamento de Abraão (chamado originalmente de Abrão) e Sara (chamada originalmente de Sarai), mas podemos inferir alguns aspectos com base nas informações fornecidas nas Escrituras.
Abraão e Sara eram parentes próximos, sendo meio irmãos por parte de pai (Gênesis 20:12). Eles pertenciam à mesma família e provavelmente cresceram juntos em Ur dos Caldeus. Naquela época, os casamentos entre parentes eram comuns e aceitos culturalmente.
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Segundo o relato bíblico, Abraão e Sara não tinham filhos, e Sara era estéril (Gênesis 11:30). Essa situação de infertilidade foi uma das principais dificuldades enfrentadas por eles ao longo de sua jornada. No entanto, Deus fez uma promessa a Abraão de que ele teria descendência e se tornaria pai de uma grande nação (Gênesis 12:2-3).
Apesar das dificuldades, Abraão e Sara permaneceram fiéis a Deus e confiaram em Suas promessas. Eventualmente, quando Abraão tinha aproximadamente 75 anos, eles partiram de Harã em obediência ao chamado de Deus (Gênesis 12:4).
Ao longo de sua jornada, eles enfrentaram desafios e provações, mas sua fé perseverou. Mais tarde, Deus renovou Suas promessas a Abraão, afirmando que ele teria um filho com Sara, mesmo em sua idade avançada (Gênesis 17:15-19).
Essa promessa foi cumprida quando Sara deu à luz a Isaque (Gênesis 21:1-3), o filho da promessa.
Embora a Bíblia não nos dê muitos detalhes sobre o casamento de Abraão e Sara, sua história é marcada pela fidelidade a Deus, pela paciência diante das dificuldades e pela confiança nas promessas divinas. Eles são considerados exemplos de fé para os crentes ao longo dos séculos.
Abraão e Hagar
O relacionamento de Abraão e Hagar, serva de Sara, é um aspecto importante da história bíblica que trouxe desafios e consequências significativas para todos os envolvidos.
Hagar era uma serva egípcia que pertencia a Sara, esposa de Abraão. Quando Sara ainda era estéril e não havia concebido um filho para Abraão, ela sugeriu que Abraão tivesse um filho com Hagar, para que assim pudessem ter descendência. Abraão concordou com a proposta de Sara e concebeu um filho com Hagar, chamado Ismael (Gênesis 16:1-4).
No entanto, assim que Hagar ficou grávida, surgiram tensões e conflitos no relacionamento. Hagar começou a desprezar Sara, possivelmente devido à sua nova posição de mãe e à possibilidade de se sentir superior. Por sua vez, Sara culpou Abraão por essa situação e sentiu-se desrespeitada por Hagar (Gênesis 16:4-6).
A situação se agravou a ponto de Sara maltratar Hagar, que fugiu para o deserto. No entanto, Deus apareceu a Hagar e a encorajou a voltar e se submeter à autoridade de Sara (Gênesis 16:7-9). Hagar seguiu o conselho divino e retornou.
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Após o nascimento de Ismael, surgiram mais tensões no relacionamento entre Sara e Hagar. Quando Sara finalmente concebeu um filho, Isaque, o ciúme e a rivalidade aumentaram. Sara pediu a Abraão que expulsasse Hagar e seu filho Ismael (Gênesis 21:8-10).
Abraão ficou angustiado com a situação, mas Deus novamente interveio e orientou Abraão a ouvir a voz de Sara e enviá-los embora. Deus prometeu que, apesar disso, faria de Ismael uma grande nação também (Gênesis 21:11-13).
Assim, Abraão enviou Hagar e Ismael para o deserto. Embora tenham enfrentado dificuldades, Deus cuidou deles e os abençoou, cumprindo Sua promessa de tornar Ismael uma grande nação (Gênesis 21:14-21).
O Sacrifício de Isaque
Deus pediu a Abraão para sacrificar seu filho Isaque. Esse evento é conhecido como o sacrifício de Isaque e é descrito no livro de Gênesis, capítulo 22.
Deus testou a fé de Abraão, pedindo-lhe para oferecer seu filho Isaque como um sacrifício no topo de uma montanha que Ele indicaria. Abraão amava profundamente seu filho, e esse pedido certamente representava um desafio extraordinário.
Abraão obedeceu a Deus sem questionar e se preparou para realizar o sacrifício. Ele e Isaque subiram a montanha juntos, e quando chegaram ao local designado, Abraão construiu um altar, arrumou a lenha e amarrou Isaque sobre o altar.
No entanto, no momento crucial, quando Abraão estava prestes a sacrificar Isaque, um anjo do Senhor o chamou do céu, impedindo-o de seguir adiante.
O anjo reconheceu a profunda fé de Abraão e disse-lhe para não fazer mal a Isaque, pois Deus sabia que Abraão temia a Deus o suficiente para obedecer-Lhe completamente ( Gênesis 22:12 ).
Em vez de Isaque, Abraão encontrou um carneiro preso pelos chifres em um arbusto próximo e ofereceu-o como um sacrifício a Deus. Esse ato de substituição demonstrou que Deus proveria o sacrifício necessário.
Morte de Abraão
A morte de Abraão é registrada no livro de Gênesis 25: 7-10. Após uma vida longa e abençoada, Abraão faleceu aos 175 anos de idade.
Após o episódio do sacrifício de Isaque, Abraão viveu por mais alguns anos. Ele viu seu filho Isaque crescer e se casar com Rebeca. Abraão teve outros filhos com Quetura após a morte de Sara, mas Isaque foi o filho da promessa.
No final de sua vida, Abraão estava avançado em idade e abençoado por Deus em todas as áreas. Ele viveu na terra de Canaã, a terra que Deus havia prometido a ele e a seus descendentes. Abraão foi um exemplo de fé e obediência a Deus, e seu legado continua até hoje.
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Após sua morte, Abraão foi sepultado por seus filhos Isaque e Ismael na caverna de Macpela, em Hebrom, na terra de Canaã. Essa caverna foi comprada por Abraão como um local de sepultamento para sua família, e ele foi enterrado lá ao lado de sua esposa Sara.
A morte de Abraão marca o fim da história pessoal desse homem de fé notável. Sua vida foi uma jornada de obediência a Deus, confiança em Suas promessas e liderança para a formação de uma grande nação. Abraão é considerado um patriarca e uma figura fundamental nas tradições judaicas, cristãs e islâmicas, sendo reverenciado como um exemplo de fé e justiça.
Filhos de Abraão
- Ismael filho de Hagar.
- Nebaiote, o filho mais velho de Ismael
- Fique, Adbeel, Mibsao.
- Idem, Dumá, Massa.
- Hadade, Temá, Jetur, Nafis e Quedemá.
- Foram esses os doze filhos de Ismael, que se tornaram os líderes de suas tribos, os seus povoados e acampamentos receberam os seus nomes.
- Isaque filho de Sara.
- Esaú, filho primogênito de Isaque.
- Jacó.
- A partir desses dois filhos de Isaque, sua linhagem continuou a se expandir.
- As doze tribos formadas pela descendência de jacó, mais tarde chamado de Israel, formaram a base da nação de Israel, com uma rica história registrada na Bíblia.
- Zinrã, Jocsã, Medã, Midiã, Isabaque e Suá, filhos de Quentura.